PRAGA , REPÚBLICA CHECA .


    Praga foi a primeira cidade da Europa de Leste que visitei.
    Sinceramente, fiquei muito impressionada pela positiva, é uma cidade riquíssima, tanto em arquitetura como em história, não vou dizer que fui bem recebida, o povo Checo é um povo muito fechado e reservado, é difícil conseguir conversar ou perguntar alguma coisa a alguém.
    Se quiserem saber como correu a nossa viagem por Praga continuem a ler !


Rua de Praga.

Chegada a Praga:

    Chegamos muito cedo a Praga e eu tinha tanto sono que só queria chegar ao hotel e dormir um bocadinho antes de começar a "turistar".
    Ficamos um pouco atrapalhados no aeroporto, porque fomos para esta viagem ligeiramente às cegas, só com uma  pesquisa geral, nada em concreto sobre a troca da moeda nem como chegar à cidade. E assim, com uma mão à frente e outra atrás, não fui facilitada pelo povo checo.
    Em primeiro lugar, a troca da moeda no aeroporto é um roubo, ficam com 5% do valor que vamos trocar, logo, decidimos trocar só o dinheiro para os transportes e o resto trocaríamos no centro da cidade.
    Então trocamos 10€ por 210CZK já com os 5% de lucro todinho para eles.

    Ok, dinheiro ✔ . Fomos ao balcão de informações perguntar como se vai até ao centro, ao qual mais uma vez uma resposta curta e fria "metro, bus".

Ponte Carlos.

    Acabamos por perceber com a ajuda da grande irmã Internet que tínhamos de apanhar o autocarro "100" até ao metro e do metro sim, poderíamos chegar ao centro.
    Felizmente o bilhete, é um bilhete de 90 minutos e dá para todos os transportes. Chegados ao metro, como já sabíamos que nos desenrascávamos melhor sozinhos sacamos do grande irmão GPS e vimos a estação mais perto do nosso hotel. Canja!

Estadia em Praga:

    Nós não procuramos hotéis de luxo com grandes condições, procuramos apenas o quarto para dormir.
    Então ficamos no Chili Hostel (clicar para aceder), que sinceramente, quando falo de um quarto para dormir, falo num quarto mesmo. O Hotel deixou muito a desejar, muitas escadas para subir, tivemos de mudar de quarto porque reservamos com casa de banho privativa e inicialmente deram-nos um com casa de banho partilhada, muito barulho, toalhas de banho minúsculas,  o nosso quarto tinha acesso a outro quarto, mas felizmente, a porta estava trancada.. enfim e como se não basta-se o check-in era só a partir das 15h.
    - "Ora, Check-in às 15h? São 7h da manhã?"
    Aproveitamos esse tempo para planear o que íamos fazer na nossa estadia e para trocar o dinheiro, como combinado, no centro da cidade que é com 0% comissão.

Vista do Jardim do Castelo.

Primeiro dia em Praga:

    Não conseguimos aguentar, estávamos demasiado cansados, conhecemos um pouco da cidade, almoçamos e acabamos por ir para o hotel esperar pelo Check-in.
Tendo em conta que só entramos no quarto às 15h, tomar banho e descansar um pouco quando fomos conhecer as redondezas já estava a anoitecer e ao contrário do que li em alguns blogs, Praga é ainda mais encantadora ao anoitecer.

Praça de Praga.

Segundo dia em Praga: 

    Depois de uma boa noite de sono, acordamos frescos e fofos, então de pequeno almoço tomado fomos até a um dos pontos mais famosos de Praga, a Ponte Carlos, é a ponte mais antiga de Praga e a segunda mais antiga da República Checa. A sua construção começou em 1357 a pedido do Rei Carlos IV e por ser a única ponte de passagem tornou-se um dos pontos mais importantes da cidade. 
    Apesar de todas as estátuas terem sido substituídas por réplicas as pessoas que por lá vão passando  acreditam que se tocarem na estátua de São João Nepomuceno terão sorte. Não deixem de tocar, tentar não custa. Certo?

Entradas para a Ponte Carlos.

Cadeados na Ponte Carlos.

Entrada para a Ponte Carlos e a estátua de São João Nepomuceno.

Aqui, neste pedaço da estátua, diz a lenda, se tocarmos, teremos sorte.

    Passando a ponte Carlos um pouco mais a frente temos o Castelo de Praga. Um ponto turístico onde somos capazes de nos perder lá dentro e perdemo-nos, toda aquela beleza arquitetónica, aqueles telhados de perder de vista, não é em vão que é considerado pelo Guinness World Records Book, o maior castelo do mundo.

Beira do Rio Vltava.

    O Castelo de Praga é uma das construções mais importantes da cidade. Foi fundado no século IX, atualmente serve como a residência presidencial e outrora habitado pelos Reis da Boémia.

    O recinto do castelo tem uma área de 72,500 m² e nele se encontram a Catedral de S. Vito, Palácio Real do Castelo de Praga, Torre Dalibor, Convento de São Jorge e a Rua do Ouro. 
    Infelizmente, as bilheteiras fecham as 16:30h e com o tempo que passamos lá dentro a apreciar o recinto já não fomos a tempo de comprar bilhetes para visitar o interior dos edifícios.

    A entrada no recinto é gratuita e já vale muito a pena.

    Mas, não foi por isso que o nosso dia acabou por ali, seguimos até ao Letna Park, aproveitando o calorzinho provamos as famosas cervejas  que são tão boas ou melhores que a nossa, difícil de acreditar não é?

Jardim da Cerveja no Letna Park.

    Acabamos por jantar perto do hotel, ainda queríamos conhecer a noite Pragense e conhecemos, seguimos as multidões e fomos dar à beira do rio com centenas de pessoas a conviver, a beber e a dançar, seja no paredão, seja em bares barcos, andamos para ver até onde ia e estende-se por quilómetros. Foi aqui que vimos pela primeira vez a famosa casa dançante, totalmente desequilibrada da cidade, mas é uma arquitetura de muito destaque pela sua criatividade.

Dancing house.

    Terminamos o dia a beber uma cerveja, veja-se só, num barco português! Queríamos muito conversar com o dono, mas  infelizmente era o aniversário do Sr. Oliveira e estava muito ocupado na sua festa  com os amigos.


Oliveira Boat.

Terceiro dia em Praga : 

    Aqui foi quando madrugamos, uma coisa que aprendemos enquanto turistas é se queremos ver os pontos turísticos vazios, temos de madrugar. Fizemos novamente o percurso da Ponte Carlos, com muito pouca gente e fomos novamente até ao castelo, desta vez para poder entrar dentro dos edifícios, fomos então ver a rua do ouro que era aquela que por mais ansiava, a catedral de São Vito, a torre Dalibor e o Castelo do Rei.
    Fomos por esta ordem:

    - Rua do Ouro, estava histérica por lá entrar. A rua do ouro, é uma rua com pequenas casas onde viveram os empregados dos reis, após um incêndio, diz a lenda, foi lar dos alquimistas do rei, que trabalhavam em transformar algum material em ouro, posteriormente foi casa de vários artistas à procura de inspiração, de escritores, artesãos, alfaiates, produtores de filme, etc e é muito interessante de visitar, adorei as casas por dentro e por fora, diz-se que estão intactas após todos estes anos.

Janela na Rua do Ouro e casa da Costureira.

Casa do realizador de filmes e Rua do Ouro.

Casa da Rua do Ouro.

    - Torre Dalibor, uma antiga prisão reconstruída de uma fortaleza em 1483. O Dalibor vem do nome do primeiro prisioneiro da prisão e da sua longa permanência na torre, diz a lenda que Dalibor era um jovem cavalheiro e foi preso por esconder alguns servos rebeldes, pelos quais foi condenado à morte e e considerado pelo povo um "Robin Hood" checo. Enquanto estava na torre aprendeu a tocar violão e conta-se que tocava melodias tão agradáveis, que as autoridades atrasaram o cumprimento da sentença para poder ouvi-las e com medo da revolta do povo. A visita é muito sinistra, vimos algumas das celas da antiga prisão, e diferentes ferramentas de tortura muito agressivas e violentas.

Celas e algumas ferramentas de tortura.

    - Catedral de São Vito, é uma catedral majestosa, muito rica, cheia de cor e ouro, infelizmente, fiquei mais impressionada por fora do que por dentro.

Catedral de São Vito.

Catedral de São Vito.

Castelo e interior Catedral de São Vito.

    - Castelo do Rei, por causa do que foi roubado pelo Comunismo é um castelo muito pobre, o exército vermelho levou tudo o que podia de riquezas, tanto de locais históricos como este, dando a desculpa que era um novo recomeço, como das famílias, tirando-lhes tudo o que tinham de valor e separando-as para trabalhos que eles achavam apropriados,  para cada pessoa.

Pormenores arquitetónicos de Praga.

    Acabamos a visita antes das 12horas e conseguimos ver a troca de turno dos soldados que estão à porta e é, sem dúvida, um espetáculo muito bonito e dá-se precisamente ao meio dia..

    Seguimos até ao famoso Relógio Astronómico que fica na praça da cidade velha, o relógio é composto por três componentes principais: um indicador astronómico, que mostra a posição do Sol e da Lua no céu,  a ”Caminhada dos Apóstolos”, um espetáculo mecânico a cada troca de hora com as figuras dos apóstolos e outras esculturas em movimento e um calendário com medalhões que representa os meses do Zodíaco.

Relógio Astronómico.

    Ficamos pela cidade velha para ver o que havia por ali e fomos até à igreja de Nossa Senhora de Týn (clicar para ver a história).

    Dali, andamos um pouco até ao bairro Judeu, que é muito rico na sua arquitetura mas acabamos por não entrar no museu nem no cemitério quando vimos que o preço a pagar pelos bilhetes era de 20€ por cada um.
    Voltamos para junto do hotel, compramos umas cidras maravilhosas, da marca "Frisco" de frutos vermelhos e morango, vale muito a pena provar ficamos a bebe-las junto ao rio.




Quarto dia em Praga:

    Começamos o dia com a visita ao John Lennon Wall, este muro, fala muito da história do país.
    A origem deste muro deu-se em em 1980, data em que John Lennon foi assassinado. O Beatle foi reconhecido pelos pacifistas do centro e leste Europeu como um herói, falamos de uma altura em que as músicas do mesmo não podiam ser reproduzidas nestes países pois as letras eram consideradas revolucionarias e perversas.

John Lennon Wall.

John Lennon Wall, com excerto da música "Imagine".

(John Lennon Wall, com excerto da música "Imagine")

John Lennon Wall, com retratos de John Lennon.

    Após a morte de Lennon, um retrato do mesmo apareceu ao lado do muro pintado juntamente com frases desafiadoras para com as autoridades. Apesar da polícia comunista tentar por várias vezes limpar o muro, os graffitis apareciam repetidamente com excertos de músicas dos Beatles, bem como desenhos de flores, mensagens pacifistas e outras expressões da juventude da época. Nem mesmo a instalação de câmaras de vigilância conseguiu impedir que o graffiti fosse repetido vezes e vezes sem conta.
    Hoje, o muro não é visto apenas como um memorial de Lennon, mas também como um monumento à liberdade de expressão e à revolução não-violenta que a juventude checa trouxe perante um regime autoritário.


John Lennon Wall, "Só o amor nos fará livres".

    Em 1998, a degradação do muro levou à sua reabilitação, logo imediatamente, o graffiti voltou a aparecer.
    É um muro inspirador, cheio de frases pacifistas, sentimo-nos até um pouco hippies por estarmos lá ao lado. Tem até alguns stencils lá para podermos acrescentar um pouco de nós ao muro.



         
John Lennon Wall, "Este muro é para John Lennon, vamos mante-lo assim".

John Lennon Wall, "Salvem os nossos oceanos".



John Lennon Wall, "A vida é curta, a guerra é longa!! Uma vez, um amor, uma vida" / Praga 2017.

    Logo depois, fomos até ao Petrin park para visitar o famoso labirinto de espelhos e a réplica da Torre Iffiel que nos dá uma vista panorâmica da cidade inteira.

Labirinto de espelhos.

    O labirinto de espelhos é pequeno mas muito divertido, ficamos pequeninos, grandes, gordos e magros, com uma grande cabeça, uns grandes braços, fartamo-nos de rir.  A Torre Iffiel vale a pena pela vista, vemos até onde a vista alcança a 360º, podem subir de elevador, ou 300 degraus, bem nós subimos os 300 degraus, não é bom para quem tem vertigens e cansa e muitoo..

Uma das vistas da Torre Iffiel.

    O meu conselho quanto ao jardim é que subam de elevador, é um comboio que nos leva até ao topo do jardim que mais parece o monte do Evereste, eu subi a pé, claro, acho que deixei metade dos meus pulmões naquele parque. Valeu a pena, vimos um pequeno habitante do parque, um esquilo que rapidamente fugiu de nós quando nos viu .

Esta é uma das entradas do Petrin Park, estas estátuas são um monumento em homenagem ao que o povo passou com o comunismo neste país. Toda aquela linha que divide as estátuas tem números e palavras repetidas, que traduzidas para português significam: 
1948 - 1985
327 morreram na fronteira, 170938 emigrações, 205486 sofreram sentença, 248 desaparecidos, 4500 morreram na prisão.

    Voltamos para o hotel já quase ao anoitecer, aproveitando uma última vez a beleza arquitetónica da cidade de Praga, é uma cidade Linda! Se quatro dias chegam? Se quiserem andar e ver o principal, sim, mas ficava lá para ver mais, saber mais, é uma cidade muito sofredora pelo que os comunistas os fizeram passar, são muito ligados ao passado, mas por outro lado conhecemos pessoas muito simpáticas de lá e de outras nacionalidades.
    Sem dúvida que quero voltar, é uma cidade onde nos perdemos pelos seus jardins, pelo rio Vltava, pelas suas pontes maravilhosas, e a sua arquitetura.





Espero que tenham gostado. Beijinho e ate já. 💓






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